Agostinho Franco fala do atual momento da Carris e das expetativas para esta época



A FPH está a desafiar os treinadores e responsáveis técnicos das equipas que participam nos campeonatos nacionais a falarem um pouco sobre as suas equipas e quais as expetativas para a época 2013/2014.

Agostinho Franco, técnico da Carris, é o primeiro entrevistado. Entre outras coisas, o treinador fala-nos do atual momento da equipa no nacional de seniores masculinos e da integração dos reforços de "peso" que chegaram ao clube.

FPH: Após duas jornadas no campeonato nacional, a Carris situa-se no 3º lugar, com 6 pontos em 2 jogos. Era este o início de prova que esperavam?

Agostinho Franco (AF):
Foram dois jogos com duas equipas que na última época estiveram presentes nos play-off, sendo uma delas finalista pelo segundo ano consecutivo, se não estou em erro. Perante estas circunstâncias pode-se dizer que seriam dois jogos de dificuldade elevada, ainda mais, quando em jogos oficiais ainda não conseguimos ganhar a uma dessas equipas.

Quanto às expetativas sobre o início do campeonato, tal como em anos anteriores, temos sempre muita dificuldade em arranjar um grupo de trabalho disponível, logo no arranque da competição para criarmos objetivos bem definidos para a época. O nosso grupo de trabalho nestes últimos três anos nunca foi satisfatório em número de jogadores e com a ausência de alguns jogadores neste início, sentimos grandes dificuldades em constituir uma equipa com onze jogadores. Se não tivesse havido jogadores interessados em vir jogar na equipa da Carris, este ano, seria muito difícil participarmos nas competições. Felizmente para todos nós, Carris e o próprio hóquei nacional foi possível termos condições para continuarmos nesta aventura que é o hóquei nacional. Dois jogos: uma derrota com o Clube Futebol Benfica e uma vitória sobre o C. F. União de Lamas.

Para além dos resultados, sendo uma opinião “desportivamente incorreta”, da minha parte, preocupo-me muito mais com a sustentabilidade das exibições da equipa e desenvolvimento sustentável dos jogadores, que com o deve e haver de pontos que originam a classificação da competição. Agrada-me muito mais perceber que os jogadores treinados por mim potenciam o seu talento, sabendo que, se isso acontecer, estaremos muito próximos também de ganhar jogos.

Com o F. Benfica como não estive presente, não posso emitir uma opinião sobre o mesmo, mas de acordo com a generalidade das vozes que me deram a sua visão, pareceu-me perceber, que o resultado poderia ter sido diferente.

Com o União de Lamas, sou de opinião que foi um grande jogo de hóquei, com o melhor União de Lamas dos últimos dois anos. A equipa da Carris esteve à altura do adversário e foi por pormenores que fomos capazes de levar de vencida o nosso contrário.

FPH: Esta época a equipa apresenta-se sem o David Franco, uma das suas principais referências nos últimos anos. Por outro lado, assinaram pelo clube vários atletas internacionais. Como está a correr a integração destes reforços e de que forma tiveram de adaptar a vossa forma de jogar á ausência do David?

 AF:
Qualquer equipa que ficasse sem um jogador como David Franco, ficaria privada do talento que este consegue transmitir a qualquer equipa. No entanto, será injusto, resumir a equipa da Carris ao seu talento porque reunimos um conjunto de jovens jogadores, que aguardamos a qualquer momento “desabrochem”, definitivamente, para bem do hóquei nacional e deles próprios. Da equipa da época passada ficámos também sem o Miguel Gonçalves, que emigrou para França e outros jogadores que ainda não participaram em qualquer atividade deste ano. A equipa de Carris tem tido um núcleo duro de 7/8 jogadores, que são eles os grandes responsáveis pela existência e continuidade desta equipa e pela capacidade em mobilizar o grupo de trabalho.

Como já referi, sem a integração desses novos jogadores não teria sido possível continuarmos envolvidos como equipa na competição de hóquei em campo. Alguns desses novos jogadores, que agora fazem parte do nosso grupo de trabalho, são já nossos conhecidos, porque na época transata, por vezes, chegaram a participar em alguns dos nossos treinos e já estavam familiarizados connosco. Para além do que representam como jogadores, são indivíduos que proporcionam mais maturidade e experiência à nossa equipa, algo que nos faltava. Por conseguinte, a integração nem chegou a acontecer, já cá estavam.

Felizmente outros jogadores estão em vias de se juntar a nós o que nos permitirá ter, finalmente, uma equipa, jogadores determinados e a permitirem outras soluções.

Relativamente à nossa forma de jogar, nada se alterou. Temos um padrão/modelo de jogo muito simples, assente em algumas ideias, de, como devemos funcionar em termos defensivos e ofensivos. Tudo o resto, são os jogadores, pela sua qualidade individual: técnica e tática que, criam as dinâmicas necessárias para o envolvimento/desenvolvimento do jogo.

FPH: De forma sincera, qual o principal objetivo dos seniores masculinos para esta época?

AF:
De forma sincera, o principal objetivo será ganhar sempre o próximo jogo. Se formos capazes de o pôr em prática, estaremos mais perto de chegarmos à fase final das competições nacionais.

Não consigo definir grandes objetivos atendendo a que nunca sei se todos os jogadores estarão disponíveis para as exigências duma época inteira. Se tivesse a garantia de que todos nós estávamos envolvidos com o mesmo espírito para conseguirmos atingir os patamares mais elevados das competições, seria fácil traçar esse desiderato.

De qualquer modo não me esqueço o que fizemos a época passada no hóquei de sala e quanto estivemos perto dos play-off na competição de campo. Neste último caso, conseguimos identificar, perfeitamente, o porquê de não conseguirmos ter atingido essa competição, quer por motivos intrínsecos e extrínsecos. Se, não se cometerem os mesmos erros, podemos, numa primeira fase, tentar chegar aos play-off e se isso acontecer o que se poderá seguir será…!

Para finalizar, aguardo que o ano seja de evolução do hóquei português, nas suas diversas variantes: humanas, sociais, emocionais e também na competição. Se continuarmos, a preocupar-nos só com a competição, significa que não aprendemos com os erros do passado…

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