ENTREVISTA AO SELECIONADOR NACIONAL BERNARDO FERNANDES

Entrevista a Bernardo Fernandes, selecionador nacional de
Seniores Masculinos
 


Bernardo Fernandes. É este o já conhecido nome que irá liderar a nossa seleção de Seniores Masculinos no EuroHockey Indoor Championship II (Men) em Lucerna, Suíça.

Em entrevista à Federação Portuguesa de Hóquei, Bernardo reflete e pronuncia-se sobre alguns pontos, tais como todo o processo de preparação para a competição, o grupo de Portugal neste EuroHockey, a quantidade de jogos realizados num curto espaço temporal, o estado físico e mental dos jogadores e as possibilidades da seleção portuguesa no Europeu.

Quando questionado relativamente à preparação da seleção portuguesa para a competição, o selecionador nacional revela que “está a correr bem”, contudo com alguns contratempos, como é o caso de alguns jogadores não se terem juntado ao grupo devido à “indisponibilidade, por estarem no estrangeiro, lesão, motivos escolares ou profissionais de alguns jogadores normalmente selecionáveis”. Apesar de algumas dificuldades, “conseguimos agendar um bom número de jogos de treino contra equipas fortes, como os espanhóis do Barrocanes e Complutense e cá em Portugal, o AD Lousada

Centrando-se agora no grupo de Portugal (grupo B) – que contempla para além da nossa seleção, as seleções da Bielorrússia, Dinamarca e Turquia – Bernardo Fernandes acredita ser um “grupo bastante equilibrado e complicado, como tenho feito questão de transmitir com toda a honestidade aos jogadores”. Para além da dificuldade inerente ao próprio grupo, a falta de informação que se verifica relativamente às outras equipas parece ser também um elemento que dificulta a preparação da seleção: “É sempre difícil aferir com precisão, a qualidade de cada seleção porque não há muita informação disponível e no período de dois anos as equipas podem mudar os seus jogadores e dinâmicas”. Para além de tal declaração, avança ainda que “vão ser três adversários com estilos e características diferentes”.

Individualizando um pouco cada um dos adversários de Portugal no seu grupo, Bernardo avança sobre a equipa da Bielorrússia que “é uma das equipas que sobe desde a divisão C. Habitualmente é um adversário com menos versatilidade e flexibilidade tática, mas que compensa essa 'debilidade' com potência e compleição física”. Apesar de desconhecer que equipa a Dinamarca irá apresentar, declara “relembro que a Dinamarca chega da divisão A. Conhecendo as últimas seleções da Dinamarca e o seu staff, espero um estilo mais posicional e de maior disciplina ao nível das suas estruturas defensivas e rotinas ofensivas”. Por último, a Turquia é uma seleção pela qual o nosso selecionador sente “respeito e simpatia”, devido ao facto de nos últimos anos serem “um grupo de jogadores e staff bastante empenhados e terem desenvolvido um bom trabalho. Uma equipa fit, com alguns talentos individuais destacados e muita energia e paixão”.

O treinador de Portugal não considera que exista uma vantagem ou desvantagem relativamente à idade dos nossos selecionados, pois “não há uma diferença assim tão acentuada entre os mais jovens e mais velhos neste grupo, e depois porque outras equipas irão apresentar faixas etárias similares”. Contudo, “esta configuração competitiva que temos nas competições internacionais, especialmente na Europa, com cinco jogos de altíssima intensidade em três dias apresenta um desafio fisiológico e psicológico brutal para jogadores e staff”, embora tenha de se ter em conta que “os nossos miúdos têm garra e estão bem fisicamente”.

Quanto a uma possível passagem da fase de grupos, o selecionador nacional acredita que a equipa está “relativamente” focada e preparada para tal, mas que “à medida que a competição se aproxima, a seriedade e o compromisso vai aumentar”. Quando interrogado sobre os jogadores estarem preparados, caso passem a fase de grupos, para defrontar qualquer adversário e rumar até à final, Bernardo responde com um pronto e confiante “claro”.

Eu acredito que podemos fazer um bom campeonato e jogar um hóquei positivo”, são estas as suas palavras relativamente às possibilidades de Portugal na competição. Não obstante, defende que se tem “trabalhado num estilo de jogo onde a nossa flexibilidade a nível de estruturas defensivas pode ser uma vantagem. Depois contrariamente aquilo que se pode pensar, olhando para prestações anteriores e indicações recentes, só vamos conseguir competir ao mais alto nível se assentarmos a nossa manobra ofensiva num jogo efetivo, mas principalmente coletivo”.

Menciona ainda que “o objetivo principal e realista é garantir a permanência neste nível. Depois obviamente, se a nossa estratégia encaixar, se os jogadores estiverem a bom nível, vamos ambicionar com ganharmos a qualquer adversário” e alerta para o facto de que “cinco minutos de mau nível ou de azar podem condicionar todo um torneio a este nível”.

Bernardo Fernandes diz-se “realista, tranquilo e confiante” e justifica-o através do facto de existir “um grupo de jogadores bastante equilibrado e um staff com grande capacidade técnica, médica e experiência”.

No final da sua entrevista, salienta ainda que “seria bom sentir a força dos amigos do hóquei a apoiarem os nossos 'miúdos'!”.

A Federação Portuguesa de Hóquei agradece em seu nome e de todos os apoiantes da modalidade o tempo despendido pelo selecionador nacional Bernardo Fernandes e deseja muita sorte para a competição que aí vem!

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