CRÓNICA DO PRESIDENTE DA FPH À PRESTAÇÃO DA SELEÇÃO FEMININA NO EHIC III

MEDALHA DE BRONZE E RESPEITO

A CONQUISTA FEMININA EM BRATISLAVA


​A seleção feminina regressou hoje, ao princípio da noite, depois de cumprir uma brilhante participação no Europeu. De facto, o saldo foi muitíssimo interessante (quatro vitórias, duas derrotas e um terceiro lugar) se tivermos em conta que apenas perdemos com a Irlanda, a abrir, na maldição do primeiro jogo que já tinha acontecido com os seniores masculinos e tem sido recorrente, e com a Espanha que se apresentou em Bratislava com uma equipa jovem mas com uma classe que não era, minimamente, deste campeonato. Mas, como só este ano está no indoor, calhou-nos em sorte, salvando-se, no entanto, o privilégio de termos assistido a uma manifestação superlativa de classe a que ninguém ficou indiferente.

A Irlanda apresentou-se com duas vice-campeãs do mundo e com uma capacidade atlética que levou de vencida todos os adversários, à excepção da Espanha. Para registo, esta seleção irlandesa estagiou na África do Sul, onde realizou seis jogos, e a Espanha preparou intensamente a sua jovem equipa nacional nos últimos três meses e meio. Algo de que Portugal nunca poderá dar-se ao luxo, dadas as circunstâncias da prática desportiva no feminino, no nosso país, e as condicionantes institucionais que obrigam a muita engenharia financeira e não permitem que ombreemos com a maioria dos nossos parceiros europeus.

Por isso, cada ponto arrancado a ferros e na raça constituir-se-á sempre em milagre. Milagre em grande que podia ter acontecido também na Eslováquia se os deuses se tivessem deixado tentar. Mas não quiseram!

A acrescentar às dificuldades que adversárias e arbitragens nos colocaram em alguns momentos importantes da competição, como foi o caso, logo a abrir, contra as irlandesas, ainda tivemos contra a Espanha um acidente de jogo que retirou do campo Isabel Silva, que teve de ser assistida no hospital universitário local, e uma lesão no penúltimo jogo de Cláudia Fidalgo, ausente por via disso, do jogo contra as espanholas. Sendo atletas determinantes, o nosso jogo ressentiu-se, sobretudo porque não iam sendo conhecidos, com a presteza que todos queríamos, os resultados dos exames da Isabel. Felizmente, ainda que com dores, está bem melhor e fez sem sobressaltos a viagem de regresso.

Foi com orgulho que acompanhei esta participação. O regresso do hóquei feminino à competição internacional de seleções é um desiderato inultrapassável deste Executivo, foi uma promessa feita às equipas e atletas que ao longos destes anos têm mantido a chama e a prática desportiva, proporcionando que tivéssemos um regresso ao Championship que deve encher de vaidade a modalidade pela forma abnegada, personalizada, de crença, de denodo, qualidades mostradas à profusão na Dom Sportu de Bratislava.

Agradeço aos técnicos a forma competente como conseguiram descobrir e anular as qualidades alegadamente superiores de alguns países adversários, fazendo com que a equipa acreditasse do primeiro ao último minuto que era possível vencer. Não se estranham, por isso, as palmas com que a seleção foi sendo despedida em cada jogo, mesmo quando defrontou a seleção anfitriã. Foi uma bela lição de desportivismo de um público que sabe apreciar a modalidade e se manifesta com os bons momentos, mesmo dos adversários, e com a sua perseverança.

Recordando a Sónia e a Sofia, que bom início como team manager e como fisioterapeuta e a forma como foi gerida internamente a situação da Isabel.

Foi um grande grupo de trabalho que merece o respeito da comunidade hoquista e a mim, pessoalmente, me abriu o apetite para a respetiva fase final do nacional indoor.

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