Mário Almeida, coach dos linces, faz o balanço do sétimo e último dia de competição.

“Marcar 6 golos num jogo de hóquei em campo e perder não é nada normal. Aconteceu-nos contra a Bielorrússia, uma equipa 19 lugares à nossa frente no ranking e que veio da divisão B, o que nos impossibilitou de conseguir uma mais que merecida medalha.
Mais do que isso, num jogo em que estivemos sempre à frente ou em igualdade no marcador até ao minuto 62, altura em que sofremos o 6-6 e o 7-6 logo no minuto seguinte.

Depois de um resultado muito dificil de digerir frente a Croácia, que nos impossibilitou de cumprir o sonho, o jogo frente à Bielorrússia era uma incógnita, sobretudo tomando em conta o grande desânimo que se abateu sábado à noite. Não obstante, ao começarmos bem com um golo de Ricardo Oto logo ao minuto 5 e com um canto de Carlos SIlva ao minuto 8, que se seguiu ao empate bielorrusso logo ao minuto 6, isso galvanizou a equipa para uma excelente exibição.

Durante a primeira parte, embora já com alguns erros defensivos, tudo parecia correr bem e as bolas que não entraram contra a Croácia na véspera estavam a entrar. Neste período, poucas mais oportunidades tivemos que os golos que marcamos, 4 no total.
Já a segunda metade foi radicalmente diferente, na medida em que reagimos muito bem a uma entrada de leão dos de leste, que rapidamente igualaram o jogo a 4, ao minuto 42. A partir de então só deu Portugal no jogo e assistiu-se a um verdadeiro festival de golos perdidos pela nossa equipa, sem que os bielorrussos conseguissem mais que um ou outro contra-ataque. Valeu a velha máxima do «quem não marca sofre» e depois de duas oportunidades flagrantes marcamos o 5-4 e continuamos na luta por ampliar a vantagem.

Ao perder essas ocasiões, acabamos por permitir que os bielorrussos marcassem de cada vez que iam à nossa baliza. As oportunidades iam-se sucedendo e quando parecia que o 6-5 tinha matado o jogo ao minuto 61, sofremos a primeira e única cambalhota no marcador aos 62 e 63 minutos, voltando ainda a perder claras oportunidades para igualar a partida. Quem marca 6 golos e a um adversário tão cotado está de parabéns, mas ao permitir 7 tentos acabamos por deitar fora a medalha de bronze que, já por si, acabaria por ser injusta e face das prestações que tivemos durante esta prova.

Pagamos um preço alto pela inexperiência, é certo. Mas quem assistiu aos jogos percebeu que este é o caminho e que a justiça não nos voltará as costas da forma tão madrasta como nos fez desta feita. Mais uma vez, cabe-me assumir as responsabilidades do torneio de Lausanne, com a plena e tranquila consciência de que só na eficácia, defensiva e ofensiva, era possível fazer melhor. Por fim e porque não é demais, aqui deixo um grande abraço de admiração aos 17 linces de Lausanne."