Canto Curto com Luís Almeida, capitão da Seleção Nacional de ParaHóquei



Luís Almeida, capitão da Seleção Nacional de Parahóquei, foi um dos responsáveis pela conquista do Europeu de ParaHóquei e, mais recentemente, do 2º International Hockey Integration Cup. A Federação Portuguesa de Hóquei esteve à conversa com aquele que lidera a equipa dentro de campo e ficou a conhecer melhor o jogador, trabalhador e pai que, sempre que pode, se entrega à modalidade e defende as cores do nosso país além-fronteiras.
 
 
Antes de mais, muitos parabéns pela conquista do 2º International Hockey Integration Cup, como foi vencer esta competição?
 
É sempre bom ganhar. Ainda para mais quando estamos a representar Portugal ao mais alto nível. Falo como capitão, representando os meus companheiros de equipa, é sempre um orgulho ser capitão da Seleção Nacional de Parahóquei.
 
 
A selecção Portuguesa goza de estatuto de campeã Europeia. Isso colocou alguma pressão durante o evento?
 
Sim, pressão há sempre, em todos os jogos. Havia equipas que não conhecíamos, com quem nunca tínhamos jogado, como por exemplo a Espanha e a Holanda. As outras conhecíamos bem e sabíamos que a Itália era a seleção rival que nos ia dar mais luta. Mas fizemos boas exibições contra eles, tanto na fase de grupos como na final. Soubemos estar presentes nos momentos fulcrais e mostramos o nosso valor. Sabíamos que a Itália, em relação a nós, era uma equipa mais trabalhada, com mais trabalho de stick, e nós ainda precisamos de mais trabalho.
 
 
Como é encontraram os caminhos para levar de vencida a selecção Italiana, uma equipa que considera ter algumas vantagens em relação à Selecção Portuguesa?
 
Na fase de grupos sofremos dois golos devido a erros nossos, mas conseguimos dar a volta. Estivemos sempre a perder, mas conseguimos sempre empatar o jogo. Na final demos uma boa resposta. Limitamos os nossos erros, retificamos o que tínhamos de retificar e mostramos o nosso valor na no derradeiro jogo, tal como havia acontecido na Inglaterra. Não é que sejamos melhores, mas dentro de campo tentamos dar sempre o melhor.
 
 
Acha que a equipa está pronta para defender o estatuto de campeã Europeia?
 
Sim. Precisamos de trabalhar mais a nível de equipa. Neste momento estamos um pouco debilitados e longe do nível de Inglaterra. Perdemos um jogador importante, mas se o grupo se esforçar e se empenhar, penso que temos equipa para revalidar o título. 
 
 
Como é conciliar a sua vida com o papel de capitão da Seleção Nacional de ParaHóquei?
 
É complicado. Eu trabalho por turnos o que, por vezes, não me permite estar presente nos treinos. Para estar presente no 2º International Hockey Integration Cup tive de deixar a minha filha com familiares, o que é sempre difícil. Mas tento sempre empenhar-me em tudo aquilo em que participo. Dar 100%, sempre. Enquanto conseguir conciliar o meu trabalho, a selecção poderá contar comigo.
 
 
Em que medida a modalidade é importante na sua vida?
 
Para mim é muito importante. Gosto do que faço. Acho que toda a gente gosta de representar a seleção ao mais alto nível. É um orgulho para mim, tanto como pessoa como jogador. Sinto-me mais realizado. Os meus colegas de trabalho dão-me os parabéns, reconhecem o meu esforço. É sempre bom quando somos reconhecidos, tanto a nível pessoal, como desportivo e profissional.
 
 
Como capitão, qual seria o conselho que deixaria para alguém que um dia quisesse experimentar o Parahóquei e tivesse o sonho de vir a representar a seleção?
 
Eu, como capitão, vou responder o que sempre digo aos meus colegas: para tudo na vida tem que haver dedicação e sacrifício. O mais importante é mesmo experimentar, porque o Parahóquei é uma modalidade diferente de todas as outras. Se nunca o fizerem, nunca vão saber se podem ser bons neste ou em qualquer outro desporto.

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