Canto Curto com Cláudia Fidalgo, uma das melhores jogadoras portuguesas de sempre!



Cláudia Fidalgo, melhor jogadora da época 2010/2011, melhor jogadora das fases finais de indoor das épocas 2004/2005 e 2013/2014, 3 vezes campeã nacional de hóquei indoor (2 pelo Cascais e 1 pelo Lisbon Casuals), Vicecampeã no Eurohockey Junior Trophy 2007 e terceira atleta mais internacional de sempre pelas linces (54 jogos), é a personalidade deste mês do "Canto Curto".

Cada palavra sua equivale a um domínio perfumado e mágico do stick e da bola, numa carreira que começou bem cedo, no Cruz de Pau. Uma das líderes das linces de há muitos anos, Cláudia Fidalgo também já experimentou o hóquei internacional a nível de clubes na vizinha Espanha, de onde trouxe muitas e boas recordações. O hóquei é a sua família, e é aqui que é uma das suas principais referências.

Nome: Cláudia Fidalgo

Data de nascimento e Signo:  31/01/1986 - Aquário

Filme preferido: Tenho alguns favoritos. Um requisito a ter em conta é serem filmes do Tim Burton.

Banda preferida: Tantas e de vários estilos. Por exemplo: “Foo Fighters”, “Green Day”, “Linkin Park”, “Manu Chao”, “30 Seconds to Mars”, “James Morrison”… e músicas dos anos 80. Sigo algo que me ensinaram: “é este estilo de música que está a tocar?! então é com esta música que vou disfrutar e viver o momento”.

Clube: Lisbon Casuals Hockey Club

Função na modalidade: Jogadora e treinadora.

Como te interessaste pela modalidade: O primeiro contacto com a modalidade foi aos 8 anos de idade, lembro-me como se fosse ontem, estava no parque infantil a brincar com uns amigos e amigas depois da escola e chegou junto de nós, um grande amigo dos meus pais, José Batista (que viria a tornar-se o grande impulsionador do hóquei no Clube Recreativo da Cruz de Pau). Trazia uns sticks na mão, levou-nos para o campo e deixou-nos experimentar uma modalidade muito desconhecida que ele dizia chamar-se Hóquei em Campo. Nesse dia, sei que fui a correr para casa com um papel na mão (com informações sobre o Hóquei em Campo) e toda contente disse ao meu pai e à minha mãe “sou jogadora de hóquei”. Naquela altura criança irrequieta, passando por experiências na Natação e no Atletismo, estava longe de imaginar que o Hóquei em Campo iria ser a minha modalidade e passados quase 20 anos desde então, ainda aqui continuo com a mesma paixão do primeiro treino.

O que mais te atrai na modalidade: A própria modalidade em si é apaixonante, quem experimenta fica sempre com o gosto. A intensidade, a velocidade e complexidade de jogo, o espirito de sacrificio, o trabalho de equipa, as amizades. O Hóquei pode não nascer connosco, mas faz parte de nós, ensina-nos a crescer para a vida, faz de nós Mulheres e Homens com valores e personalidade, o Hóquei dá-nos uma Família! No meu caso, o Hóquei até me deu um marido =D

Preferes Campo ou Sala: Sala, Sala, Sala..... A minha formação foi de Hóquei de Sala, foi o que aprendi a jogar. No Cruz de Pau não tinhamos as condições necessárias para a prática do Outdoor, no Cascais treinavamos Outdoor quando era possivel, só agora no Lisbon Casuals tenho a oportunidade de treinar Outdoor e confesso que cada vez mais me sinto fascinada com esta variante.

Jogador(a) de Hóquei preferido(a): Internacionalmente tenho alguns jogadores referência, como Timo Wess, Moritz Fürste, Jeroen Hertzberger, Robbert Kempermann, Luciana Aymar e Maarten Paumen. A nível nacional, as minhas jogadoras favoritas são as Ladies do Lisbon Casuals Hockey Club. São as favoritas porque é com elas que tenho o gosto de treinar, são amigas, companheiras na vitória e na derrota, têm presentes valores que são dificeis de encontrar, são familia. São as Fantastic Girls, como carinhosamente fomos intituladas pelo “Dom Agostinho”, obrigada pela ajuda que nos deu.

Adversário mais difícil: Todos os adversários são dificeis à sua maneira, aprendi a respeitá-los a todos do mesmo modo. É verdade que em tempos para mim a equipa do Cascais era “uma grande pedra no sapato”, os jogos eram sempre fantásticos e faziam com que fosse para casa com uma enorme vontade de treinar, para numa próxima conseguir ganhar-lhes. Foram 7 anos de hegemonia total, sendo que nos últimos dois anos tive o privilégio de fazer parte dessa grande equipa.

Melhor golo da carreira: Não consigo identificar qual o melhor golo, mas houve um golo que nunca mais vou esquecer. Estavamos no ano de 2007, decorria o jogo Portugal vs Suécia do Campeonato Europeu de sub-21 em Alcala La Real, estavamos a perder por 2-1, ganhamos um canto e faltava menos de 1 minuto para o fim do jogo. Aquele canto tinha o peso de decidir se iriamos estar na final do Campeonato ou não, pois bastava um empate e o lugar era nosso. O canto foi marcado, consegui colocar a bola dentro da baliza, mas quando me viro efusivamente para festejar aquele golo, uma das minhas companheiras de equipa estava na entrada da area com o stick encostado nas pernas, de mãos juntas e a rezar... sim, ela estava a rezar para a bola entrar na baliza. No banco, a Carolina Van Veenen, o Filipe Soares e o Sr. Sobreiro juntos pulavam de alegria. Foi um misto de emoções, sorrisos, lágrimas, alegria.... não foi o melhor golo, mas é um dos golos que recordo com um grande sorriso pois permitiu que estivessemos na final.

Melhor jogo da carreira: Esta pergunta é difícil, talvez o jogo entre o Cascais e uma equipa da Ucrânia (que ganhou todos os jogos por mais de 10 golos de diferença) no Campeonato Europeu de Clubes. Foi um jogo fantástico, o pavilhão estava cheio, estavamos a ganhar ao intervalo, o que não deixou muito contente a treinadora ucraniana (uma senhora que não falou durante todo o torneio) que deu 3 ou 4 berros à sua equipa e elas entraram para a 2ª parte impondo toda a sua qualidade. Infelizmente, perdemos o jogo por 7-3. Essa equipa viria a ser campeã europeia nesse ano e passados dois anos era campeã da divisão A. Ver equipas daquela qualidade a jogar é fantástico e nós tivemos o privilégio de assistir a essa qualidade na linha da frente, dentro de campo.

Conquista mais saborosa: Tenho algumas conquistas que me deixam muito contente. Uma delas foi, sem dúvida, o 2º lugar no Campeonato Europeu Sub-21, para uma primeira participação de uma equipa feminina nesse escalão e tendo em conta a juventude de toda a equipa, foi uma conquista muito saborosa. Fomos mais que uma equipa e isso ficou evidente nos resultados.

Melhor momento no Hóquei: Ter sido convidada para jogar numa equipa espanhola durante metade da época de campo. Foi uma experiência fantástica, cresci imenso, como pessoa e como atleta, estive rodeada de pessoas fantásticas com as quais ainda tenho contacto nos dias de hoje. Foi diferente, estava habituada a que o Hóquei fosse o hobbie, ali não, o Hóquei era a profissão! A principal preocupação era que as atletas estivessem bem para conseguirem dar o seu melhor.
 
Maior sonho para o Hóquei: Que exista um maior esforço e aposta na introdução do Hóquei nas escolas, que passe a fazer parte da oferta de actividades extracurriculares. É necessário começar nos mais pequenos, apostar na quantidade para se conseguir retirar qualidade.
Por outro lado, o sucesso da Seleção Feminina, pois já é altura de aparecerem resultados.

Superstição ou ritual que tenhas no Hóquei: Não tenho ritual ou superstição, a única coisa que faço questão de ter para jogar é o nº3 nas costas.

 

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