A Relva Sintética e a Inovação Tecnológica dos Materiais


05 - A Relva Sintética e a Inovação Tecnológica dos Materiais
 
O primeiro relvado sintético foi instalado em 1966 no Astrodome de Houston, Texas. Era um tapete de fibras baixas em nylon, pouco espaçadas entre si e sem carga de enchimento. Nos anos 70 do século passado a relva sintética chegou à Europa, as fibras já não eram em nylon, mas sim em poliprotileno, uma fibra sintética mais económica e também mais confortável. Estes dois tipos de piso são conhecidos como relvados de primeira geração.
Os relvados de segunda geração foram desenvolvidos nos finais dos anos 70, eram um pouco mais altos, mais espaçados entre si e, no meio das fibras, era espalhada areia para assegurar a firmeza das fibras e estabilidade do piso. Este relvado era mais plano que o piso de relva natural o que permitia um melhor controlo da bola e um ressalto mais uniforme. Este foi um grande avanço para o Hóquei em Campo. Este piso foi utilizado nos Jogos Olímpicos de 1976 em Montreal.
Em 1983 o Campeonato do Mundo feminino foi jogado em piso artificial, contudo, apesar dos resultados positivos que este piso trazia para o jogo, a relutância dos clubes em aderir a este novo produto durou quase uma década.
Os pisos de 'areia' aumentavam de forma impressionante a velocidade do jogo, contudo, os pisos de 'água' revolucionariam todo o jogo: a bola deslizava mais e o piso era menos abrasivo, reduzindo as lesões. Em 1992, no Jogos Olímpicos de Barcelona, o piso de 'água' em que se realizaram os jogos tornou-se um marco histórico para a modalidade. Em 2003, o Campo de Hóquei do Complexo Desportivo de Lousada recebeu uma evolução deste tipo de piso (Astroturf System Atlanta 96).
Atualmente, é imperativo que todos os jogos de alto nível sejam efetuados em piso de 'água'.
No início deste século, a FIH manifestou as suas preocupações ecológicas quanto à utilização desse bem essencial cada vez mais escasso no nosso planeta, que é a água. Neste sentido, tem estabelecido várias parcerias com laboratórios e investigadores para o desenvolvimento de uma relva sintética water-free. Atualmente, existe já um tipo de fibra homologada pela FIH para a realização de jogos de nível internacional que utilizam menor carga de água. Este tipo de piso foi utilizado nos Jogos Olímpicos de Atenas (2004). Em Portugal, este tipo de piso foi colocado em 2007 no Campo de Hóquei do Complexo Desportivo do Jamor.
Uma das dificuldades na difusão dos pisos sintéticos para a prática do hóquei prende-se com a sua especificidade e custo de instalação. Neste sentido, têm sido desenvolvido esforços na procura de um piso multidesportos, nomeadamente que permita a prática do hóquei e do futebol. Em Portugal existem já dois campos que utilizam este tipo de piso: em Alfandega da Fé e no Porto (Sintético do Sport Club do Porto localizado no Parque da Cidade).
A FIH classifica os pisos sintéticos em duas categorias: Global e Nacional. Para cada uma das categorias os pisos podem ser certificados como: Class 1 e Class 2.
Esta classificação baseia-se em requisitos de performance do piso que incluem o comportamento da bola e capacidade de drenagem, testados em condições controladas na superfície do piso já instalado.
Os pisos Globais são obrigatórios para as competições organizadas pela FIH, Jogos Olímpicos (incluindo Torneios de Qualificação) e competições continentais que qualifiquem para eventos a nível mundial.
A inovação tecnológica não se resume aos pisos dos campos de hóquei, ao longo dos anos o equipamento de jogo sofreu melhorias significativas.
No que respeita a evolução do material utilizado para a prática do Hóquei, os sticks mudaram claramente de forma, especialmente na cabeça do stick, que media até 15 cm de comprimento, tornando-se agora significativamente mais curta. De fato, o comprimento extra deixa de ser necessário, uma vez que a bola passou a percorrer trajetos mais retos com os novos pisos. Ainda, o curto comprimento da curta cabeça do stick uma utilização do lado esquerdo do stick (reverse - colocando a cabeça do stick à esquerda do jogador, com uma rotação de 180º em relação à posição inicial) bastante mais fácil, aumentando a velocidade desta técnica.
Os sticks tendem também a torna-se cada vez mais fortes, permitindo assim uma  batida na bola mais forte. A fibra de vidro e o carbono foram os primeiros materiais aplicados aos tradicionais sticks de madeira, no início da década de 70. Os sticks de madeira passaram assim a ter cada vez menos popularidade, sendo que a maior parte dos jogadores atualmente jogam com sticks totalmente compostos por material artificial sintético.
O equipamento do guarda-redes sofreu uma evolução semelhante, tornando-se cada mais resistível à força da bola enviada por esta nova geração de sticks. Os capacetes passaram a ser obrigatórios e passaram a existir outras componentes de proteção do corpo (como a gargantilha e a coquilha).
A composição da bola de Hóquei não escapou a esta evolução, passando de um composto de pele, semelhante à bola de cricket, para um composto forte de plástico. Estas bolas de plástico são mais baratas, duradouras, consistentes e resistentes à água – característica fundamental para utilização num piso sintético de água.
As alterações no equipamento de proteção do jogador são igualmente visíveis. Atualmente utiliza-se calçado específico para o piso sintético. As caneleiras passaram a ser mais leves e resistentes. Os jogadores passaram a utilizar luvas, particularmente na sua mão esquerda, que permite uma utilização do stick num nível mais próximo do solo, prevenindo as lesões. Por último, a utilização de proteção de dentes passou a ser obrigatória em muitos países.
 
 
01 - Origens do Hóquei Ver mais
02 - O Hóquei Feminino Ver mais
03 - O Hóquei de Sala (Indoor) Ver mais
04 - As primeiras competições internacionais Ver mais
05 - A Relva Sintética e a Inovação Tecnológica dos Materiais (página atual) Ver mais
06 - Evolução das Regras de Jogo Ver mais


7. A organização do Hóquei
7.1 Federação Internacional de Hóquei
7.2 Federação Europeia de Hóquei
7.3 Federação Portuguesa de Hóquei
7.4 Regulamentos
7.5 Principais competições internacionais

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